17 março 2009

O empresário exemplo III

Depois de se ter destacado pelas medidas anti-crise que disse aplicar na sua empresa, Soares dos Santos sublinha e aprofunda o que já tinha dito antes, em entrevista ao Expresso:

"não somos [os empresários] gatunos, criamos empresas, investimos, empregamos"
Algo que o governo de José Sócrates está longe de fazer.

"Preocupa-me principalmente o Norte, o desemprego, que é brutal"
Ao contrário deste Governo, que é centralista e apenas preocupado com Lisboa, onde está o poder.

"Temos umas confederações que, coitaditas, não se unem porque os seus dirigentes têm ali os seus empregos"
O mesmo se passa com sindicatos e Governantes, tudo agarrado aos lugares de poder, sem se preocupar com os interesses colectivos.

"Na Polónia estivemos sobre ataque por causa de problemas laborais e a justiça funcionou, o que nos deu um conforto brutal. Sei as regras do jogo na Polónia, posso fazer planos a 5 anos"
É por aqui, se passar o contrário, que nenhuma empresa investe em Portugal, e outras nos abandonam.

"É o que não acontece na Ucrânia, que tem esquemas, onde aparece sempre o tipo que vai ajudar [...] o respeito pela lei não existe"
Por momentos pensei que Soares dos Santos falava do nosso Portugal.

"No caso BPN, toda a gente sabia o que se passava lá, menos o regulador [...] toda a gente dizia que aquilo era um horror. Porque é que o regulador não interveio?"
Essa é a pergunta que importa agora fazer. Foi também por causa do regulador, que o caso tomoou estas proporções.

2 comentários:

João António disse...

Ainda existem pessoas que podem e querem falar ! Mas o resto nem abre o piu, senão podem aparecer os malhadores do Socratismo...

Anónimo disse...

Peter Drucker dizia que a empresa multinacional olha para as suas filiais como centro de custos, ou seja o país onde se vai investir é encarado como um custo, logo o país que apresentar menos custos é o mais favorável ao investimento. Por isso é que o Luís diz e bem que nenhuma empresa investe em Portugal e outras nos abandonam.
Com a nossa (in)justiça não são de admirar as palavras de Soares dos Santos.